segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O Conhecimento na Sociedade da Informação


Há milhares de anos atrás, os seres humanos tinham apenas a comunicação falada como percepção e registro de informações. As informações eram armazenadas apenas nas próprias memórias das pessoas e só podiam ser passadas através da fala. Este foi um dos motivos principais para a criação da própria linguagem em si, ou seja, a possibilidade de comunicar-se para a troca de informações.
Com a evolução para a sociedade escrita, através de símbolos que representam a linguagem, as pessoas passaram a registrar as informações em objetos físicos, possibilitando maior aprendizado e evolução do conhecimento científico. Assim, as informações registradas puderam ser consultadas e absorvidas por quem quer que soubesse ler a simbologia da escrita. Logo, o próprio conhecimento da escrita era um conhecimento altamente valorizado.
À partir daí, ao passar dos séculos, houve grande progresso nas ciências e tecnologias empregadas nas diversas formas de trabalho e produção. A era industrial, no século XVIII, surgiu graças a toda esta evolução do conhecimento humano e científico.
Com o decorrer dos séculos, de forma lenta e gradativa, principalmente com a evolução da micro eletrônica e das telecomunicações, a era industrial deu lugar à era da informação. As informações puderam ser armazenadas também de formato digital, ser editadas e transmitidas instantaneamente de qualquer lugar para qualquer lugar no mundo, teoricamente. A tecnologia possibilitou avançarmos da linearidade da sociedade escrita para a multidimensionalidade da sociedade da informação. 
Nos dias de hoje, com a grande possibilidade de convergência de mídias e formatos, o registro de informações em papel é apenas mais uma das diversas formas possíveis de armazenarmos informação, a qual não veio a tornar-se menos utilizada pelo fato do aparecimento do formato digital, em termos gerais. Ou seja, as tecnologias não se substituíram, mas se acrescentaram. Textos, sons e imagens convergem em um único protocolo de comunicação de maneira a possibilitar infinitos links e interações entre a informação, o conhecimento, a experiência, o usuário e a máquina.
Faz-se verdadeira a expressão “Uma imagem vale mais que mil palavras”. Quanto mais rica é a forma como a informação é passada, ou seja, quanto mais sentidos estimular no expectador, maior é a capacidade cognitiva. Por exemplo, apenas palavras escritas são mais difíceis de serem memorizadas do que um vídeo com imagens, sons e narrativas. Logo, a sociedade da informação permite aos seres humanos uma maior e mais rica utilização de suas capacidades cerebrais de aprendizado, pois a quantidade de estímulos é muito maior. Ou seja, nunca o cérebro humano foi tão utilizado. Isto posto, a era do aprendizado tem a tecnologia da informação como grande protagonista e tende a possibilitar uma nova fase de evolução humana, mais especificamente de evolução de suas capacidades cognitivas.
As tecnologias didáticas e pedagógicas evoluíram ao ponto de que “as informações são menos dependentes do professor...ficando para o mestre ajudar o aluno a interpretar os inúmeros dados, relacioná-los e contextualizá-los” (SCHIAVONI, 2008). O auto didatismo é facilitado e incentivado pelas novas técnicas de aprendizado, como as utilizadas em cursos de ensino à distância.
No entanto, segundo Juan Ignacio Pozo, “cada vez se aprende mais e cada vez se fracassa mais na tentativa de aprender” (POZO, 2004) e “as tecnologias da informação estão criando novas formas de distribuir socialmente o conhecimento, que estamos apenas começando a vislumbrar, mas que, seguramente, tornam necessárias novas formas de alfabetização (literária, gráfica, informática, científica, etc.)” (POZO, 2001)
Toda esta evolução tecnológica criou novas formas de exclusão social, entre elas, a chamada exclusão digital. Torna-se então grande desafio garantir que o ser humano saiba utilizar de todas essas novas ferramentas de aprendizado e a criação de políticas públicas bem definidas de educação que aceitem e se adaptem às novas possibilidades tecnológicas. Professores e alunos, antes de tudo, devem aprender a aprender.



 REFERÊNCIAS

SCHIAVONI, Jaqueline E. MÍDIA: O PAPEL DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO. UNESP. São Paulo, SP, 2008.

POZO, Juan Ignacio. A SOCIEDADE DA APRENDIZAGEM E O DESAFIO DE CONVERTER INFORMAÇÃO EM CONHECIMENTO. Revista Pátio, Editora Artmed, Ano 8, Porto Alegre, RS, Agosto / Outubro 2004.

DE NARDI, Daniel. A HISTÓRIA DO TRABALHO. Disponível em: <http://assimfaloudenardi.blogspot.com.br/2007/05/histria-do-trabalho.html>. Acesso em 28/09/2013.