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Fruto do fraco
sistema educacional, da cultura do “jeitinho” e da malandragem instituída, a maior
parte da população brasileira - a verdadeira massa - dá-se por satisfeita em
apenas votar e pagar impostos, como se desta forma já tivesse cumprido seu
papel cidadão. Grande parte vende seu voto por esmolas mascaradas de
assistencialismo, vendendo assim também sua ideologia – veja, não estou
criticando aqui os méritos do assistencialismo nas políticas sociais, que é
mais do que evidente ser prudente e necessário, conforme os próprios fundamentos
filosóficos e sociológicos dos direitos humanos e até mesmo para
contrabalancear as mazelas do capitalismo, o que está errado é a forma deturpada
que partidos se utilizam do assistencialismo com fins eleitoreiros.
De maneira
egoística, a maioria dos cidadãos brasileiros não faz questão de exercer a sua cidadania
no dia a dia, nas coisas mais corriqueiras, na vida social, deixando de
respeitar os direitos do próximo, de cumprir com seus deveres e de exigir os
seus direitos, sendo complacente, conivente e de certa forma cúmplice com o
status quo de injustiças, imposto por uma minoria no poder.
O anti
cidadão basta-se em traçar acomodadamente uma ou outra crítica de baixo calão, pois
ele precisa compensar o seu sentimento de incompetência
e incapacidade de mudança frente à realidade. Como se não houvesse outra saída,
releva-se e vive-se uma vida inteira na ignorância, numa comodidade absurda,
num coitadismo conveniente para ambas as partes – opressor e oprimido.
Como se política fosse apenas um joguete, no período
eleitoral o anti cidadão levanta a bandeira de um partido apaixonadamente como
se estivesse vestindo a camisa do seu time de futebol. Nem percebe que é
simples marionete nas mãos de poderosos maquiavélicos! Prefere passar o resto
do tempo deixando-se emburrecer pelos canais abertos de televisão – gratuitos,
é claro.
Vejo muitos jovens desanimados com a política, desacreditados
por um fatalismo desmotivante, causado por enxurradas de notícias negativas na
política, como se “política” se resumisse a corrupção e jogos de poder. Jovens
estes que serão os responsáveis pelas mudanças que tanto idealizam.
Mas aquele que acorda e enxerga o caminho não se apequena,
toma iniciativas e muda a realidade ao seu redor, ao seu alcance, pois POLÍTICA
vai muito além de partidos, DEMOCRACIA é muito mais do que eleições, CIDADANIA é
muito mais do que pagar impostos e ÉTICA é muito mais
do que uma bela palavra.
Ao invés de apenas criticar para se abster de responsabilidade
e culpa, aquele que acorda e enxerga o caminho se embasa de informações e dados
realmente relevantes e confiáveis, tece críticas construtivas pensando primeiramente
no que é certo e que atenda ao maior bem comum, independentemente de partido
político, símbolo, legenda, bandeira ou projeto de poder.
Aquele que acorda e enxerga o caminho age em sua comunidade e
faz a sua parte. Ele faz a diferença com atitudes que valem mais do que
palavras, dividendos ou bens mundanos materiais. Pensa globalmente, mas age
localmente.
Aquele que acorda e
enxerga o caminho, pensa não só no amanhã, mas nas próximas gerações, toma as rédeas de si próprio, não coloca sua ideologia à venda e não se deixa levar pela
correnteza. Ele não dança conforme a música, ele escolhe a música, ou cria a
sua própria.