“A
ganância envenenou as nossas almas, levantou muralhas de ódio, fez-nos chegar à
miséria e ao derramamento de sangue. Desenvolvemos velocidade, mas isolamo-nos
uns dos outros. A maquinaria que poderia dar abundância deixou-nos na penúria.
Os nossos conhecimentos tornaram-nos céticos e cruéis. Pensamos demais e
sentimos de menos. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que
inteligência, precisamos de compaixão. Sem estas virtudes, a vida será
violenta.” (filme: O Grande Ditador, Charles Chaplin, 1940)
As palavras acima
continuam cabendo perfeitamente nos dias de hoje, o que nos faz concluir que a
raça humana pouco aprendeu com seus próprios erros.
O que foi que aconteceu?
Onde foi que perdemos o foco?
Guerras nucleares e
armamentos cada vez mais destrutivos; sustentabilidade do planeta em perigo;
crises frequentes na economia global; aumento nos casos de câncer e stress;
miséria e fome enquanto há grande desperdício de alimentos; situação alarmante
da criminalidade e ataques terroristas; direitos humanos sendo covarde e
constantemente desrespeitados dia a dia; apenas para citar alguns exemplos
genéricos que nos fazem questionar o caminho que a humanidade tem traçado em
direção à sua evolução (ou diria, devolução?). Valeria a pena tanto sofrimento
em nome desse auto intitulado “desenvolvimento”?

A humanidade se deslumbrou
e se entorpeceu com todas as potencialidades adquiridas com a revolução
científica a ponto de se deixar levar por uma corrente de pensamento moderno,
mas de desdobramentos míopes, esquecendo pilares éticos e morais fundamentais.

A racionalidade usada como
causa e fim, sem fundamentação humanamente causal, fez a humanidade perder o
foco de suas ações e partir para um caminho sem volta de determinismos
estéreis, em uma busca frenética por uma modernidade hiper mecanicista e
funcionalista, porém essencialmente oca de valores, oca de visão holística; o
que vem comprometendo a sustentabilidade do planeta de tal maneira a colocar em
risco as nossas próximas gerações.

A racionalidade em si é positiva se for usada com meios e para fins éticos, porém foi deturpada e usada sobremaneira para fins puramente organizacionais e tecnológicos.


O evolucionismo dúbio de um
“positivismo” lógico radical (que de positivo mesmo há apenas no nome) e o
tecnocentrismo instrumental exacerbados do novo mundo moderno, criticados por
Habermas entre outros teóricos intelectuais da antropologia / sociologia,
tornaram-se as armadilhas que o homo sapiens não deveria ter criado para ter
ele mesmo como presa.
Imagens: http://pixabay.com/
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